15 de agosto de 2012

Inexistência

Há uma inexistência enorme em todos os caminhos que vejo.
Inexistência de vida, de coisas que flutuem quando o ar se choca contra seus corpos
De um ar que não machuque meus olhos, que não aperte meu pulmão.
De sorrisos e de amores nas ruas,
Mocidade e infantilidade não compartilhadas, nem convividas e por vezes, assustadoramente
Nem vividas.

Sequer pensando em morrer,
Correndo desesperadamente pra achar a saída, mas a todo custo tentando se manter íntegro
É necessária, somente, a integridade e a boa aparência para quando sair.
Poder, é uma busca frenética por poder!
Quanto mais posso, mais sou.
Quanto mais tenho, mais largo meu sorriso.

Retornando em caminhos tortos,
Casas tortas, sem cores, janelas tortas.
Crianças tortas, pessoas tortas.
Visão sinuosa da vida.
Nada mais pra se sorrir, nada mais pra se acreditar.

Sofro incansavelmente com a inexistência de tudo
Inexistência de sentir até a esperança 
Do cheiro de um amor que também
Inexiste.

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