21 de maio de 2011

 Por um momento eu me deixo estar nua, sentir na carne o sol incandescente queimando toda a derme, os olhos submissos à escuridão, à fraqueza perante de um aluz maior que poderá esquentar corações mortos e gélidos. Por este momento eu me despeço de todas as palavras e não faço uso de toques ou olhares dirigidos a nada, eu não necessito me guiar nesta infame claridade, meu coração não continua dividido mas sim há feridas visíveis em meu seio e eu não temo os olhares estranhos e enojados a elas.
 A cada passo neste momento, me perco no futuro e desencaminho-me do passado, sinto ainda em meu corpo as marcas de uma guerra travada com os monstros de minha mente. 
  
  Em minha nudeza, sinto apenas o frio deste infame sol.

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